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A importância do reúso de resíduos como substituto da areia normal
Areia: problemas sociais e ambientais
A areia é um elemento indispensável na vida moderna, sendo usada em obras, cobertura de aterro, misturas de concreto e argamassa, fabricação de vidro entre outras utilizações. Contudo ela é finita e está ficando escassa.
Apesar de ser o material mais empregado do mundo, ela é um dos menos monitorados. Extrair areia em quantidades sem precedentes envolve alto custo para os seres humanos e o planeta: a mineração destrói habitats, polui rios e erode praias, muitas das quais já vêm perdendo terreno por causa da elevação do nível do mar e grande parte desse impacto sequer é imediatamente visível.
Quando os mineradores escavam camadas de areia, às margens dos rios se tornam menos estáveis. Poluição e acidez matam os peixes e reduzem a quantidade de água disponível para a população e as plantações. E o problema piora quando represas rio acima impedem os sedimentos de voltarem a encher o leito dos rios.

Foto 1: extração de areia causando erosão das margens
Um artigo publicado pela revista Nature em 2019 relatava que a mineração de areia contribuíra para levar à beira da extinção os gaviais do rio Ganges, só restando 250 adultos dessa espécie de crocodilo em estado natural. Além disso, a atividade desestabilizou as margens do Mekong, no Sudeste Asiático, cujo eventual desmoronamento pode deixar desabrigados 500 mil indivíduos.
E há também o custo humano: com os preços da areia em ascensão, a polícia de países desde a África do Sul até o México têm registrado numerosas mortes pelas mãos dos mineradores.
As principais causas foram más condições de trabalho, violência e acidentes. Não só os mineradores têm que mergulhar até o fundo dos rios centenas de vezes ao dia, sem vestes protetoras, como há registros de trabalho infantil da Índia a Uganda, e raras vezes o setor foi responsabilizado.
Reúso de resíduos como solução
Por conta disso, o uso de matérias primas alternativas é de primordial importância para evitar que esses problemas continuem acontecendo. Uma das soluções plausíveis e que vem sendo usada por diversos países, inclusive o Brasil, é o uso de areia descartada de fundição (ADF) como substituto da areia normal em processos como:
⦁ Produção de concreto asfáltico;
⦁ Produção de concreto e argamassa para artefatos de concreto;
⦁ À fabricação de telhas, tijolos e outros artigos de barro cozido para artigos em cerâmica;
⦁ Ao assentamento de tubulações e de artefatos para pavimentação;
⦁ Base, sub-base, reforço de subleito para execução de estradas, rodovias, vias urbanas;
⦁ Para cobertura diária em aterro sanitário.
Essa areia é proveniente das etapas de moldagem e quebra de canal das indústrias de fundição, e é composta basicamente por sílica (areia), betonita (argila) e pó de carvão.

Foto 1,2 e 3: Composição da ADF
Através de análises físico-químicas e de ecotoxicidade são classificadas conforme NBR 10.007, sendo que para se fazer o uso desse resíduo é preciso que se classifique como Resíduo Classe II, ou seja, não perigoso.
A ADF é um resíduo ambientalmente correto e eficaz, conforme estudos e artigos já realizados, e através da obtenção da autorização ambiental (AuA) emitida pelo órgão ambiental vigente, a instituição pode utilizar esse resíduo em seu processo, obedecendo às legislações e normas de cada lugar.
O estado de Santa Catarina, assim como o município de Joinville, possuem legislação que regulamenta o uso desse resíduo nas atividades supracitadas, e a Neo Green Consultoria Ambiental realiza todo o procedimento de obtenção da AuA, permitindo que a empresa destinadora (utilizadora do material) possa usá-la em conformidade com as legislações ambientais pertinentes.